E aí, pessoal!
Atualmente, estamos passando por um “onda” retrô muito grande, não é mesmo?
Nunca se viu tantos itens de games e consoles passando do comum para “raríssimo”. Quem decide começar ou manter uma coleção nos dias de hoje passa, no mínimo, muita raiva.
E é por isso mesmo, que os mais conservadores ou tradicionalistas torcem o nariz quando se fala em EMULADORES; mas se você ainda não sentiu o impacto da inflação no mercado gamer, lhe trago essa notícia: está MUITO difícil poder relembrar os jogos de antigamente com as mídias próprias da época (cartucho, console, etc.).
Por esse motivo eu resolvi fazer esse post sobre como fazer um retroconsole barato, utilizando uma ferramenta única, chamada Raspberry Pi.
Antes de mais nada, vamos a alguns pontos:
1) O intuito do post não é fazer um tutorial de como instalar e configurar um retroconsole, e sim, guiar até o “caminho das pedras”. Colocarei links que ensinam onde obter e configurar o dispositivo, deixando ele pronto para rodar bem.
2) Eu não revendo, não facilito, não tenho contato com ninguém que venda ou trabalhe com esse dispositivo. Caso queira alguma SUGESTÃO de lugares para compra, deixe um comentário que com certeza eu ajudarei
3) Estou fazendo esse post porque estava pesquisando na internet frontends para um arcade caseiro que estou fazendo, e acabei achando o Raspberry Pi e gostando da idéia. Portanto, estou escrevendo esse post de acordo com a minha própria experiência com o dispositivo.
4) Qualquer dúvida, problema, sugestão sobre o post, deixe um comentário
5) O texto é de minha autoria, tudo que foi aqui escrito teve como base pesquisas na internet. Se for copiar, basta deixar um aviso e colocar os devidos créditos.
Então vamos lá!
O que é o Raspberry Pi?
Raspberry Pi é, em poucas palavras, um computador do tamanho de um cartão de crédito. Duvida? Eis uma imagem:
Depois do baque pelo tamanho do aparelho, você com certeza acha que ele faz pouca coisa não? Pois é, segue um apanhado geral dos componentes do “pequeno notável”:
1 Saída HDMI 1080P FULL HD;
1 Saída de Vídeo RCA
1 Saída de Áudio
1Entrada para SD Card
2 Entradas USB 2.0
1 Entrada de porta de rede padrão ETHERNET
1 Entrada micro USB para fonte, voltagem 5V (a maioria esmagadora de carregadores para celular atuais).
1 Conector GPIO, onde podem ser conectados vários outros periféricos neste padrão, como câmera, botões de automatização, etc.
Além dos conectores, ele possui um processador ARM11 de 700mhz com Videocore IV GPU, o que confere ao aparelho a possibilidade de rodar filmes em full HD na sua TV, dando a ele a possibilidade de virar um poderoso media player.
Possui 512mb de RAM, suficiente para tudo que precisamos fazer, e não possui HD, o que pra mim é uma vantagem, já que o aparelho dá boot pela distribuição Linux que é instalada num SD card.
Legal né? Inicialmente, o RPI foi criado pela Raspberry Pi Foundation na Inglaterra com a intenção de promover o aprendizado de computação e programação nas escolas. Mas, além disso, ele é um dispositivo muito poderoso para vários fins, como já dito, media player, automação industrial e residencial, soluções para computadores, e , o mais importante para nós, um poderoso retroconsole caseiro.
E como ter um Raspberry Pi?
O RPI é vendido pela Element14 e tem parcerias com outros sites. Todos eles vendem o aparelho online. Aqui no Brasil, existem sites que vendem o RPI, como por exemplo o
http://www.projetoarduino.com.br/ . Existem também muitos vendedores no Mercado Livre. O único entrave é a conversão. O RPI custa 35 dólares, e por terras tupiniquins, com impostos de importação e tudo mais, você acha o aparelho a partir de R$ 150 reais. Só não cometa a mesma burrice que eu de tentar achar em lojas físicas. Certa vez fui até a Santa Ifigênia em São Paulo perguntar sobre ele por curiosidade, e de mais de dezenas de lojas que eu consultei, apenas um vendedor SABIA do que eu estava falando. O resto simplesmente ignorou/achou que eu era um ser de outro planeta.
Sinceramente, na minha humilde opinião, com essa grana e por tudo que ele pode proporcionar, é investimento com retorno garantido.
Claro, também não há nada que lhe impeça de comprar com os fornecedores oficiais (a não ser as taxas aduaneiras heheDilmahehehe).
Transformando o RPI em um retroconsole
Aqui vem a parte mais legal. Como falei anteriormente, o RPI roda distribuições linux que são instaladas em qualquer cartão SD. A mais comum para ele é a Raspbian, uma versão modificada da distribuição Debian.
Mas mexer em Linux nem sempre é uma experiência agradável para quem não tem afinidade com muitos comandos ou mesmo com esse sistema operacional. Pensando nisso e nessa onda retrô que um sujeito (ou grupo) chamado petRock criou uma modificação da distribuição Raspbian, chamada de Retropie, que é nada mais nada menos que um frontend automatizado multiconsole. E o que é isso? É um programa que você baixa gratuitamente no site do petRock, instala no seu SD Card, insere no RPI e depois é tudo muito intuitivo.
Ele simplesmente vem SÓ com os seguintes emuladores, configurados e prontos para rodar:
- Amiga (UAE4All)
- Apple II (LinApple)
- Apple Macintosh (Basilisk II)
- Armstrad CPC (CPC4RPi)
- Arcade (PiFBA, Mame4All-RPi)
- Atari 800
- Atari 2600 (RetroArch)
- Atari ST/STE/TT/Falcon
- C64 (VICE)
- CaveStory (NXEngine)
- Doom (RetroArch)
- Duke Nukem 3D
- Final Burn Alpha (RetroArch)
- Game Boy Advance (gpSP)
- Game Boy Color (RetroArch)
- Game Gear (Osmose)
- Intellivision (RetroArch)
- MAME (RetroArch)
- MAME (AdvMAME)
- NeoGeo (GnGeo)
- NeoGeo (Genesis-GX, RetroArch)
- Sega Master System (Osmose)
- Sega Megadrive/Genesis (DGEN, Picodrive)
- Sega Mega-CD (Picodrive)
- Sega 32X (Picodrive)
- Nintendo Entertainment System (RetroArch)
- N64 (Mupen64Plus-RPi)
- PC Engine / Turbo Grafx 16 (RetroArch)
- Playstation 1 (RetroArch)
- ScummVM
- Super Nintendo Entertainment System (RetroArch, PiSNES, SNES-Rpi)
- Sinclair ZX Spectrum (Fuse)
- PC / x86 (rpix86)
- Z Machine emulator (Frotz)
Interessante não? Tudo isso numa interface gráfica muito agradável e simples. E nada de teclado e mouse, você pode inclusive conectar qualquer controle USB (existe a possibilidade de jogar com controle de PS3 e Xbox360 SEM FIO, através da instalação de alguns drivers) e o RPI reconhecerá ele na hora.
Em sua interface gráfica e menu principal, o RetroPie exibirá o nome dos sistemas somente das roms dos consoles que você passou para o SD card (procedimento feito pela rede – protocolo SSH – ou por pendrive).
E os jogos, como rodam?
Surpreendentemente, muito bem. Como disse, eu mesmo fui “cobaia” e fiz teste com vários emuladores. Emuladores de Mega Drive, Master System, Atari2600, Super Nintendo, 32x, Mame, CPS2 e CPS3, e Neo Geo rodaram muito bem. Tudo é configurável, mas todos os emuladores já vem com filtros aplicados, para tornar a experiência de jogar jogos antigos via HDMI em uma tv de LCD ou LED o mais fiel possível.
Claro que existe algumas peculiaridades, como por exemplo, o emulador de Game Boy Advance exigiu que houvesse um arquivo de bios com o nome de arquivo que ele próprio cita ao iniciar no diretório do próprio emulador. Aí você deve caçar no google a bendita BIOS e por SSH jogar na pasta do emulador. Mas nada que um emulador desse tipo para Windows também não peça.
Os framerates são bem aceitáveis, e a grande maioria dos emuladores tem save state.
Aqui vai um pequeno vídeo do Retropie rodando:
Finalizando:
O RPI, em conjunto com o RetroPie, é um ótimo companheiro de um gamer old school ou mesmo aquele gamer que quer reviver uma época de ouro dos games, ou ainda aquele gamer novo que não teve oportunidade de jogar aqueles 16 bits que tantos adolescentes viciaram.
Ele pode ser usado como um console portátil de viagem, eu mesmo utilizo o meu ligando ele por um simples cabo AV num DVD portátil que eu tenho, então quando viajo levo ele para qualquer lugar!
Então, finalizando o post, deixo aqui as últimas considerações e os links de como você pode desde colocar as mãos numa belezinha dessas até como tunar esse aparelho:
a) Ele vem somente a plaquinha, por isso, você deve ter uma fonte para ele, que conforme já dito é padrão micro-usb, com voltagem de 5 volts (qualquer carregador pra celular desse padrão serve).
b) Como ele vem só a plaquinha, talvez você ache mais bonito esteticamente ter ele numa case. Existem inúmeras cases no mercado, a minha é a mais simples, translúcida de acrílico, que encontrei no Mercado Livre.
c)Você pode ligar um hub usb no RPI, para conectar teclado, mouse, adaptador wi-fi (caso não queira utilizar a entrada para rede cabeada que já vem com ele), pendrive, adaptador bluetooth e qualquer outra coisa que você tenha em mente. Só se lembre que ele é alimentado por uma fonte de mínimos 5 volts, por isso, não espere que ele consiga alimentar muitos periféricos. Nesse caso, é melhor utilizar um hub usb energizado.
d) Site oficial do projeto Retropie (inclusive com download da imagem oficial do Retropie a ser instalada no SD Card): http://blog.petrockblock.com/
g) Todos os sites estão em inglês, por isso, caso haja alguma dúvida, deixe nos comentários para que eu possa ajudar. Sugestões e elogios também serão bem vindos!
